quinta-feira, 12 de junho de 2008

SENTIMENTOS













Gostoso assédio o dos sentimentos. Chegam mansamente, nos envolvendo, mudam nossas vidas, tiram coisas fora do lugar, conquistam almas e cessam de conquistar. Não se deixam vencer pela razão. A razão não se arrisca, prima pela segurança. Já os sentimentos pedem emoções, apontam caminhos que conduzem à felicidade. O primeiro a se manifestar é o AMOR. Chega tímido, fazendo-se frágil, quer passar-se por pequenino a penetrar pelos poros, nos mostra sua magia e por vezes seu feitiço. Traz consigo uma habilidade de tudo melhorar. Um outro sentimento que não avisa quando vem é a PAIXÃO. Ousada, irreverente, avassaladora, vem carregada de sensações tão contraditórias quanto intensas. Sabe que vem de passagem e que precisa aliar-se ao AMOR para permanecer, mas amedronta-o com sua impulsividade. Desesperada e desastrosa pede auxílio ao CIÚME, que prontamente se apresenta como um monstro voraz tragando todo sentimento de amor existente. E o AMOR quando sábio, deixa que o CIÚME se apresenta, mas tem o controle da situação. Não se deixa tragar, alia-se a amiga CONFIANÇA e segue guiado por suas firmes mãos. O CIÚME exige respeito e que se mantenha uma certa distância de segurança. Não basta querer evitá-lo é necessário dominá-lo. Uma vez dominado o CIÚME, aflora um outro sentimento. Suave, manso, calmo, ponderado. A TERNURA chega aliviando todas as aflições com seu efeito instantâneo e restaurador, eliminando as consequências causadas pelo CIÚME. Os sentimentos são enriquecedores, cada um com sua peculiaridade, que por vezes são bloqueados pela faculdade de estabelecer relações lógicas, a RAZÃO. Com seu bom senso e prudência a RAZÃO impõe limites aos sentimentos, nos privando de aprendermos a lidar com cada um deles. De todos os sentimentos, ainda há um que torna-me inerte, me faz cessar, parar. Um sentimento eclético, mescla a grandeza do AMOR com a impulsividade da PAIXÃO, a morbidez do CIÚME e a suavidade da TERNURA. Um sentimento que chega não para afrontar o AMOR, mas para dizer que ele é nobre. Ao AMOR, ofereço-lhe um coração que pulsa forte, a minha insanidade, o meu delírio pirético. À TERNURA, toda a singeleza de meu ser e, ao CIÚME, a minha indiferença. Mas a SAUDADE, essa quando chega, lembra ao AMOR e a PAIXÃO de momentos únicos, diz à TERNURA "preciso ainda mais de ti" e ao CIÚME faz sentir-se ridículo. A SAUDADE quando chega, apropria-se de tudo, deixando-nos atônitos e vazios. A ela ofereço minhas lágrimas.

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