quinta-feira, 26 de junho de 2008

Das coisas que sempre serão...

Não eram palavras. Não era o que foi dito. Era o que se calou (ficou por dizer...). Não era silêncio. Era o que o vento contou. Não era som. Era o sussurro do mar. Não era sério. Era sincero. Brincadeira séria de amar. Não era caso. Era raro. Carinho de nuvens. Destino sem acasos. Não era o que não se via. Eram os olhos que se procuravam o tempo todo. Não era o olhar que por vezes fugia. Era o que no peito crescia. Não era a fome. Era o que nela nunca morria. Não era arrepio. Era vontade da pele. Não era febre. Era o que neles ardia. Não era o que tentavam resistir. Era o que aceitavam sentir. Não era a espera. Era o que sabiam existir. Não era a falha. Era a falta. Não era ausência. Era encontro. Não eram frestas. Eram pétalas. Não era história. Era memória do corpo. Não era manso. Era pecado de anjos. Não era fúria. Era afago de chuva. Não era música. Era um despertar doce. Um adormecer em nuvens. O silêncio das palavras na melodia do vento. Não era apenas desejo. Era o beijo crescendo no corpo. O volume do gosto. A vertigem do cheiro. Proposta de sol. Resposta de sonhos. Promessa de céu. Prece de estrelas. Não era o que aconteceu. Era o que neles nunca morreu. O que permanece nele. O que fica nela. Existe em um, vive no outro... O mesmo pulsar, a mesma loucura, a mesma vontade, a mesma saudade, nenhum adeus.!

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