quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Será?

Há entre nós uma atração magnética. Auto-suficiente. Pensei que sem partilha de espaços e de tempo, sem gestos físicos, sem troca de palavras… Ela fosse desaparecer. Transformar-se-ia em longínqua memória de uma aventura escaldante. E um dia quando nos cruzássemos cairia um sorriso cúmplice e tranquilo, ausente de saudade física.
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Mas surpreendentemente sinto que décadas podem passar, vazias de tudo o que alimenta a paixão, e ainda assim, a tua presença jamais me será indiferente. O pronunciar do teu nome jamais estará descolado da memória de uma intimidade vibrante. Os dois beijos de um cumprimento serão sempre disfarce da vontade de te beijar com a alma. E o olhar que eu largar sobre ti será devorador de contornos, rastilho do desejo, acelerador de batimentos cardíacos.
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Por isso, se nos cruzarmos um dia, na mais casual das circunstâncias, saberás que nos gestos e nas palavras nunca estará a essência. Há uma atracção magnética, auto-suficiente, que pode parecer distante mas estará sempre presente.

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