domingo, 23 de novembro de 2008

O Desespero

Apesar de não estares aqui, só consigo pensar em ti! Nem sequer consigo olhar com olhos de ver para outros homens. Todos me parecem tão iguais. Nenhum consegue despertar em mim o que tu despertaste. Odeio-te. Amo-te. Estás a atrapalhar a minha vida! Quero-te de volta. Quero que desapareças de vez. Quero encontrar novamente o que tive contigo, mas tudo me foge…Não fujas de mim, por favor! Será que não consegues um meio? Onde estás? Desapareceste. Acho que vou tomar uma bebedeira descomunal em honra dos velhos tempos. Quando estávamos juntos. Quando o meu coração tinha uma alma gémea. Sim porque agora mesmo "solteira" na prática o estúpido continua a pensar que ainda estás presente, que ainda te deve alguma fidelidade. Tenho de arranjar coragem para lhe comunicar a notícia: «Estás livre. A verdadeira alma gémea, foi-se.» No entanto olha que ele não vai acreditar. Até já consigo ouvir a valente gargalhada que irá dar. O amor morreu. Morreu o meu romantismo e a confiança no amor eterno. Mataste-o. O amor morreu. Viva o amor!
A bebedeira resultou em má disposição e numas olheiras horrorosas. O meu humor está em decadência. Porque é que a vida não é como nos filmes? Quando as coisas correm mal levanta-se dinheiro da choruda conta e faz-se um cruzeiro pelas ilhas gregas, onde assim …só por acaso se vive o romance da nossa vida e voltamos novas! Novo penteado! Roupa nova! Confiança e auto-estima no máximo! Como odeio o meu coração por não te conseguir esquecer, por te chamar noite e dia…e dia e noite…Quero mostrar-te que estou óptima! Que a tua ausência, que a ausência do teu amor não me causou qualquer mossa. Como conseguir?
Sinto que o meu orgulho, aquele que transformaste em desespero está a voltar lentamente. Afinal é a única coisa que sempre foi minha. O meu orgulho! Por vezes desmedido, eu sei. Mas por vezes bem necessário. Acho que está na hora de o erguer para que o meu verdadeiro eu possa finalmente vir ao de cima. Magoada, é certo. Mas de cabeça bem erguida. O teu desaparecimento não me chegou. Continuo a desejar os teus braços. Dói tanto esta realidade. Já quis pensar em ti só como amigo para que a dor pudesse abrandar, nem que fosse só por momentos mas não. Como te amo! Como me odeio por ainda o sentir, por estar ainda á tua espera, por querer-te de volta. Como odeio esta minha fraqueza. Maldita esperança que teima em aparecer quando eu sei que é inútil. Estou outra vez a chorar…Estas saudades são inimagináveis. Sinto uma dor quase física quando pressinto que estás por perto… e tão longe, longe de mim que te amo e anseio por ti, como uma parva. Porque é que quando as coisas parecem estar finalmente a correr bem, o azar, o destino, chamem-lhe o que quiserem nos bate a porta e diz " Não achas que já chega? Vá fica na merda novamente! Não! Não acho suficiente! Lutei por essa felicidade! Não é justo tirarem-ma. Não é justo!...
Malditas lágrimas que teimam em cair. Maldito desespero! Como quero desaparecer daqui para fora. Como queria voltar atrás no tempo e ter dançado com outra pessoa naquela noite. Foi aí que tudo começou. Numa simples dança, num fim-de-semana igual a tantos outros…Olhei depois para ti e pensei: Porque não? Porque não, estúpida? Porque ele vai fazer-te sofrer, vai fazer-te apaixonar de corpo e alma e depois vai simplesmente desaparecer. Porque é que o destino não me soprou isto ao ouvido, ao invés daquela voz…Ao invés da tua voz…Do teu sorriso…Do teu olhar…Do teu toque…Porquê merda?! Porquê?! È que o parvo do meu coração não te quer deixar sair! Realmente não sei o que lhe fizeste! Tentei ensiná-lo a não ser ingénuo, a ver por entre as palavras mas ele, pelos vistos não aprendeu nada! Eu também não! Será isto normal?! Estou no terraço, sentada, a observar o mar…A noite está calma, morna agradável até, tendo em conta a chuva que caiu durante a tarde. Ao contrário do meu coração que arde de raiva, os pensamentos que correm a uma velocidade louca e inevitavelmente, fogem até ti. Sei que te perdi definitivamente. Como eu te quero alcançar, como te quero mostrar que te podia fazer feliz se me deixasses. Mas tu és passado. Tenho de dar rumo á minha vida. Não podes continuar a monopolizar os meus dias, as minhas noites, os meus sonhos. Tenho de tomar uma decisão. Deixar-te ir de vez. Mas hoje não. Estou cansada. Cansada de pensar. Hoje não! Hoje tenho saudades tuas. Mais do que possas imaginar. Mais do que consigo suportar. Queria que estivesses aqui. Apenas abraçado a mim. Nada mais…Nada menos…

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