segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Acaso

Sou a noite que o desejo consome
Rasga a pele, geme, procura

A boca que beija
Suga, morde, cala

O olho que chora
Desnuda, inebria, delira

Sou a mão que percorre teu corpo
Vasculha, busca, aperta

Sou o desejo do teu gosto
O cheiro da tua pele
A força do teu abraço
A vontade do teu colo

Sou o pulsar do teu corpo
Teu cabelo em desalinho
Tua barba por fazer
Teu sorriso sacana
Gostoso, sedutor

Sou o licor e a cereja
Que derramas em meu corpo
E vai sugando lentamente
Até a fruta prometida

Sou sentir teu gosto
Em minha boca
O duelar de nosso corpo
No momento da posse
O agitar violento
No gozo que se esvai

Gozo que embriaga
Sacia, escorre pelo lençol
Rompe as barreiras, deixando no ar
Os gemidos, o cheiro desse corpo
Que tanto te buscou!

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