sexta-feira, 25 de setembro de 2009

um vazio

Em ti me perco, na sedução dos sentidos, no estímulo do teu corpo ardente, no sentir do teu toque sobre a minha pele. Noite após noite, descubro-te os detalhes, acordo-te os desejos e devoro-te cada pedaço de prazer que o teu corpo emana. Aqui, neste espaço semi-escuro, onde nos deitamos, sobre a cama vazia, onde nos entregamos à luxúria e à loucura da suavidade do toque dos nosso dedos.
O perfume que satura o ar, é feito dos estratos do nosso amor, dispersos por todos os lugares. O gosto de sal que o suor dos corpos dispersou sobre os lençóis, desperta outros sabores que os lábios sedentos experimentam a cada toque, que as línguas, húmidas, absorvem e saboreiam. Neste balanço de corpos, o silêncio tem o som das músicas suaves que agitam o ar em nosso redor, e, a luz das velas fazem as sombras dançar sobre as paredes que nos rodeiam, aquecem a atmosfera e tornam o ar rarefeito.
A noite, uma qualquer de muitas que passamos aqui, adormece nos braços do dia e nós, deixamo-nos ficar, nos braços, um do outro. Dois amantes, corpos exaustos, almas saciadas, prazeres cumpridos, adormecidos, sobre o leito do prazer que nos demos.
Esta noite, uma, mais uma, em que não estiveste aqui, apenas os sonhos ficaram e se deliciaram, com os momentos imaginados, numa dança vazia de corpos, mas repleta de sentidos.

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