quinta-feira, 9 de julho de 2009

Fazer amor


Fazer amor é coisa séria demais...

Não basta um corpo e outro corpo, misturados num desejo ardente, desses que dão feito fome trivial, nascida da gula descuidada, aplacada sem zelo, sem composturas, sem respeito, atendendo exclusivamente a voracidade do apetite...
Não que não seja bom, fantástico por vezes, mas é SEXO, não FAZER AMOR…

Fazer amor é percorrer as trilhas da alma, uma alma tacteando outra alma, desvendando véus, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa com delicadeza... porque alma tem delicadeza de cristal, deve ser tocada nas levezas, apalpada com amaciamentos... até que o corpo descubra cada uma das suas funções.
Quando a descoberta acontece é que o acto de amor começa.
As mãos deslizam sobre as curvas, como se tocando nuvens, a boca vai acordando e retirando gostos, provando os sabores, bebendo a seiva que jorra das nascentes escorrendo em dons, é o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.

Fazer amor é Ressurreição!!!
É nascer de novo: no abraço que aperta sem sufocamentos no beijo que cala a sede gritante, na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.
Vale chorar, vale gemer... vale gritar, porque aí já se chegou ao paraíso, e qualquer som há-de sair melódico e afinado, seja grave, agudo, pianinho... há de ser sempre o acorde falante quando amantes iniciam o milagre do encontro.
Corpos se ajustaram, almas cúmplices...
Fez-se o Êxtase!
É o instante da Paz... é a escritura da serenidade!
E os amantes em na sua ascensão pisam eternidades!!!

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