sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Saudade de sentir. Saudade de sentir um pouco de calafrio quando te aproximas, saudade de sentir impotente, incipiente, descrente, daquele forma.

Mas sabes do que tenho saudade? Não é daquele beijo longo e apaixonado que damos de olhos bem fechados, arrepia-nos tanto. Não é daquele olhar penetrante que chega, sozinho, para dizer todas as palavras do mundo. Nem mesmo de sentir o coração a funcionar a mil à hora e não saber como para-lo. Ele não queria parar, bem, eu também não. Especialmente, não será saudade da própria saudade, saudade do ciúme, saudade de sentir que aquele dia, aquele momento, acima de todos os momentos, era tudo o que precisava. Qual ar, qual vida, qual ser? Nada precisa de fazer sentido.

Eu não sei bem do que sinto saudade, nem sei se quero saber. Eu já senti a saudade antes, fere tanto quanto nos alegra. Podemos tentar fugir, tentar correr em qualquer uma das direcções mas ela vai perseguir-nos sempre, sacana!

Descobri então com o tempo que é possível sentir saudade, saudade passageira, saudade sem sentido. Não é a saudade louca, desenfreada, sem fio de lógica. Não é mesmo. Eu lembro-me dessa saudade… com saudade.


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